A volta do Projeto #AmandoJorge


 Lá em 2016, e e Jeniffer Geraldine criamos um projeto muito legal para prestigiar e ler as obras de Jorge Amado - veja aqui -. Acabamos não conseguindo ler tantas obras quanto queríamos e dar continuidade ao projeto, então paramos após ler O País do Carnaval e Cacauapesar de que eu já tinha lido outros além desses. Há um tempo eu queria voltar, mas como ando bem indisciplinada e desanimada com o blog, não tinha feito isso até hoje. Porém, Jeniffer me chamou há alguns dias para voltar com o projeto de forma diferente.

Álbum do Mês: Maio (2017)

 Há tempo que eu não fico meses sem postar no blog como fiquei dessa vez. Mas confesso que foi pelo mesmo motivo de sempre: desânimo, só que dessa vez ele veio com mais força. Mas estou melhorando e a vontade de aparecer por aqui e nas redes sociais anda volta aos poucos.

 De qualquer jeito, esse não é o assunto do post. Há alguns dias, a notícia que eu espero há muitos e muitos anos finalmente foi anunciada e, dessa vez, é real: Paul McCartney, membro da minha banda favorita, vai fazer um show em Salvador, minha cidade, pela primeira vez. Pense numa felicidade quando tive essa vinda confirmada, nem sei descrever o que senti. Sim, já vi o Paul duas vezes, mas na minha cidade é uma sensação completamente diferente, além de que Paul McCartney nunca é demais, né? Já estou com os ingressos comprados - chega logo, outubro!!! - e poder assistir a esse show com tantas pessoas que amo vai ser um sonho.

 Mas aí você me pergunta: o que isso tem a ver com o post? Bem, pra comemorar e entrar no clima bem antecipadamente, resolvi compartilhar com vocês um dos melhores álbuns que ouvi na vida: o Band On The Run, do Paul com os Wings, banda formada por ele nos anos 70. Os integrantes eram constantemente modificados, mas os que permaneceram, além do próprio Paul, foram Linda McCartney - mulher dele na época, sdds :( - e Denny Laine.

Ouça o Álbum:

 O Band On The Run é o terceiro álbum da banda - me corrijam se estiver errada - e é lá de 1973. E, olha, vou te dizer, eu conhecia e gostava muito das músicas separadamente, mas só fui parar pra ouvi-lo inteirinho recentemente e tô completamente apaixonada e viciada. Outubro, me aguarde!


Ei! Não esquece que seu comentário é muito importante, viu? É uma forma de saber o que mais agrada - ou não - quem lê o blog, além de que adoro saber as opiniões de quem visita sobre o assunto falado. 

Resenha: Laranja Mecânica

 (Finalmente, mais de um ano depois de ter lido, além de ter emprestado para duas pessoas, consegui postar a resenha do tão famoso 
Laranja Mecânica. Tudo que está abaixo, foi escrito em Janeiro de 2016, só uma observação mesmo.)

 Depois de tanto ouvir falar, li essa distopia clássica e incrível que é Laranja Mecânica. No Natal de 2015, ganhei de Tom -  - essa edição LINDA da Editora Aleph em comemoração aos 50 anos da história e foi a minha primeira leitura de 2016. Achei que demoraria muito pra terminar exatamente por ser pesado, mas li em poucos dias por conta da curiosidade.
A história
 Alex DeLarge é um amante da música que faz parte de uma gangue de garotos formada para assombrar a metrópole em que vivem. Apesar de ter somente 15 anos, ele não pensa duas vezes antes de praticar atos de violência extrema, incluindo estupros, roubos, invasões de domicílios e até assassinatos. E tudo isso só lhe traz um enorme prazer.

“Estou falando sério sobre isso com vocês, irmãos. Mas eu faço o que faço porque gosto de fazer.”
 É numa dessas invasões que algo dá errado e Alex acaba sendo pego pela polícia, ao contrário de seus amigos, o que o faz sentir-se extremamente traído. Depois de passar alguns longos dias na prisão, submetem o garoto a um novo tratamento que anda sendo falado pela cidade com o objetivo de acabar com esse seu desejo por violência e torná-lo um “homem bom”: a Técnica Ludovico.

“- Será sua própria tortura – ele disse, sério. – Espero, por Deus, que essa tortura enlouqueça você.”
 Alguns dias de torturas desumanas se passam e todo esse processo, principalmente a consequência dele, nos faz refletir muito sobre diversos assuntos, como o livre-arbítrio. É claro que Alex sai diferente daquele lugar, mas será que tudo isso mudou seu modo de pensar?


“- O que Deus quer? Será que Deus quer bondade ou a escolha da bondade? Será que um homem que escolhe o mal é talvez melhor do que um homem que teve o bem imposto a si?”
Minha opinião
 Vou me apossar de uma das gírias mais usadas por Alex e descrever esse livro: bem horrorshow. É uma história, sim, pesada e violenta, mas conseguiu me prender como eu não esperava que fizesse e me surpreendi com a inteligência do autor, que vai desde o título e nome do personagem até as mensagens nas entrelinhas.
 Por ser narrado por Alex, ou seja, em primeira pessoa, podemos observar todas essas situações a partir do olhar do garoto, então acabamos criando certa empatia por ele. Pois é, achei isso incrível, porque ele é um personagem extremamente maldoso, que teria tudo pra ser odiado, mas a gente acaba torcendo pra algo dar certo na vida dele. Não que eu quisesse que suas empreitadas dessem certo, mas sim que ele acabasse feliz, satisfeito com uma vida saudável e pacífica. Deu pra entender?

 Alex também conversa bastante com o leitor, tem todo aquele toque autobiográfico. O livro é dividido em três partes: a época em que saía por aí praticando violências com sua gangue (I), o momento em que foi pego e o que aconteceu nesse período (II) e sua vida depois das torturas (III). Em cada parte, temos um ilustrador diferente. Eles são Angeli, Dave McKean e Oscar Grillo, todos fizeram trabalhos incríveis.

 Uma das coisas mais interessantes no livro é o uso de gírias constantemente. Mas não são gírias comuns ao nosso vocabulário, elas são uma mistura de inglês com russo e causam toda uma estranheza, o que foi um dos objetivos do autor. Confesso que era meio chato ficar consultando o glossário no fim do livro, mas tem coisas que dá pra entender no contexto e que você acaba decorando, mesmo assim acabei curtindo a ideia depois. Um exemplo de frase do livro com as gírias pra vocês terem um gostinho: “Fiquei surpreso e só um malenk pugli de sluchar o Tosko govoretando aquilo.”
 Anthony Burgess era um homem bastante inteligente e fez algumas criticas entre as páginas, como o fato de que certos poderes totalitários acabam por reduzir nossa liberdade individual.

“O que tentei argumentar, com o livro, era o fato de que é melhor ser mau a partir do próprio livre-arbítrio do que ser bom por meio de lavagem cerebral científica. Quando Alex tem o poder da escolha, opta apenas por violência. Entretanto, existem outras áreas de escolha, como ilustra seu amor pela música.”
 Essa edição é tão linda que nem sei dizer. A Aleph caprichou demais, tem capa dura com jacket, detalhes incríveis – tudo preto, branco e laranja -, ilustrações e, ainda, extras com entrevistas com o autor e alguns textos do mesmo, incluindo manuscritos. Puro amor, dá ainda mais vontade de ler.
O livro sem a jacket/luva.
“Afinal, que noção poderia ser mais bizarra do que uma laranja mecânica? A imagem atraiu-me não somente como algo fantástico, mas também como algo obscuramente significativo; surreal, mas também obscenamente real. O casamento forçado de um organismo com um mecanismo; de uma coisa com vida, que amadurece, é doce, suculenta, com um artefato frio e morto.”

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Resenha: Isla e o Final Feliz

 Eu estava louca por esse terceiro livro da “série” das meninas queridas da Stephanie Perkins. Coloquei entre aspas porque não há ordem correta para ler Anna e o Beijo Francês, Lola e o Garoto da Casa ao Lado e Isla e o Final Feliz, mas recomendo que o faça na ordem que falei aqui – e que foram publicados – se não quer saber spoilers sobre alguns personagens.
 Stephanie tem o talento natural de escrever histórias simples, mas extremamente cativantes e com personagens reais. É muito fácil mergulhar nas palavras da autora, esquecendo o que acontece ao seu redor e dessa vez não foi diferente, apesar de que Anna e o Beijo Francês continua sendo meu favorito.
A história
Isla nutre uma paixão por Josh desde que entrou na escola americana em Paris, mas sempre teve uma dificuldade imensa em puxar papo com ele por conta da sua timidez. Foi num dia em que ambos passavam as férias em Manhattan que uma conversa entre eles aconteceu. Isla havia acabado de retirar os sisos e estava sob efeito de alguns medicamentos – e, bem, um pouco dopada – quando viu Josh no mesmo lugar e acabou iniciando a conversa mais estranha.

A partir desse dia, as coisas mudam e sua paixão platônica acaba fazendo mais parte de sua vida do que ela jamais esperou. É muito bonito acompanhar, ao passar das páginas, o amadurecimento da relação dos dois enquanto enfrentam dificuldades angustiantes e sentem que é assim que a gente percebe que o amor pode, sim, superar esses obstáculos e crescer cada vez mais.

 Além disso, há também a participação dos personagens de Anna e o Beijo Francês e Lola e o Garoto da Casa ao Lado, o que é incrível e deixou meu coração quentinho, já que são todos amigos muito próximos.
Minha opinião
 Como já disse ali em cima, Stephanie Perkins tem o poder de transformar enredos simples em histórias cativantes. Os personagens são bem pensados, fazem jus às suas personalidades e as coisas não acontecem de modo forçado. Confesso que me irritei um pouco com Isla em alguns momentos, por ela insistir em não confiar no “próprio taco”, mas não posso negar que me identifiquei um pouco também – e essa insegurança é algo que não curto em mim -.

 Kurt, melhor amigo de Isla, está na vida dela desde sempre é bastante importante no desenvolver na história. Ele é um personagem sincero, leal e está sempre lá pela amiga. Algo que achei legal foi como a autora falou de um assunto sério de modo sutil: o autismo. Kurt é autista, mas isso não é o foco quando se trata dele, é um personagem como qualquer outro, porém, ao mesmo tempo, a gente se coloca no lugar de alguém que tem que lidar com essa característica.

 O livro pode ser meio devagar em certos momentos, porque acompanhamos o amadurecimento de um relacionamento adolescente, então as coisas demoram um pouco pra acontecer, mas acho esse um ponto positivo, apesar de tudo. Gosto muito de como é perceptível que o amor de Isla e Josh – não é spoiler, vai – não surgiu do nada. Tudo bem que ela já tinha uma queda por ele, mas a relação de ambos é construída e é bem bonito ver isso acontecer.

 Minhas partes favoritas foram, sem dúvida, aquelas que se passavam em Barcelona. Essa é uma das cidades que mais quero conhecer no mundo exatamente por causa da sua arquitetura e seu urbanismo, principalmente quando se trata das obras do arquiteto Antoni Gaudí, que são incríveis. Stephanie Perkins descreve algumas das mais famosas enquanto Isla as visita: a Casa Milà, a Sagrada Família e o Parc Güell. Fiquei babando como aluna de Arquitetura e admiradora de Gaudí, quem sabe um dia poderei ver tudo isso de perto também. Alguns lugares maravilhosos da cidade de Paris também são citados e esse foi mais um fato que amei, principalmente por ter passado por alguns deles em 2015, bateu uma saudade imensa.
 Esse é o outro ponto importante da história: ela se passa em três cidades diferentes, que são Paris, Barcelona e Nova York. Ou seja, muito amor. Resumindo, Isla e o Final Feliz mostra pra gente o amadurecimento de um relacionamento e as dificuldades pelas quais estamos sujeitos a passar, mas que acabam mostrando pra gente que dá pra superar se há amor e companheirismo. 

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Melhores leituras de 2016!

Laranja Mecânica não tá aí, por estar emprestado!
 Depois de um bom tempo, consegui terminar esse post e publicar - estava complicado conseguir fotografar! -. Mas indo ao que interessa: por 2016 ter sido meio tumultuado, minhas leituras sofreram com isso e não fui bem sucedida em quantidade - pouco mais de 20 livros lidos, sendo que eu esperava ler mais que os 50 do ano passado -.