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A história parece focar-se em um só assunto no início, mas abre-se consideravelmente ao longo das páginas e Poppy acaba tendo que resolver diversos problemas.
Resenha: Fiquei com o seu Número
Meu segundo livro da Sophie Kinsella depois de Os Delírios de Consumo de Becky Bloom
(resenha no blog em breve). Uma história divertidíssima e digna de filme - fica a dica.
Poppy Wyatt trabalha como fisioterapeuta, ela acabara de ser pedida em casamento e carrega no dedo seu tão encantador anel de noivado que, aliás, é herança de família. Família essa composta por professores muito inteligentes e renomados, entendedores de palavras complicadas e assuntos diversos, o que intimida nossa personagem principal. Apesar disso, tudo parece perfeito e seu noivo é, pelo jeito, um ótimo partido, até que a Lei de Murphy atua e sua joia desaparece durante um encontro de amigas (calma, não é spoiler*).
É aí que a história começa: Poppy entra em desespero e distribui o número do seu celular para todos os funcionários do hotel em que aconteceu a reunião, esperando notícias. Novamente, tudo poderia se resolver, mas seu celular é roubado e seu plano vai para o lixo. Por falar em lixo, é lá que a desastrada encontra um celular em bom estado e que funciona! Já que “coisas jogadas na lixeira não são de ninguém”, Poppy apropria-se do aparelho e descobre, aos poucos, que o mesmo pertencia à ex-assistente do executivo Sam Roxton. Todas as mensagens relacionadas à empresa são enviadas para o celular e Sam exige que o mesmo seja devolvido imediatamente, mas a moça promete encaminhar-lhe tudo o que receber e o acordo é selado.
A história parece focar-se em um só assunto no início, mas abre-se consideravelmente ao longo das páginas e Poppy acaba tendo que resolver diversos problemas.
A personagem principal me cativou e divertiu demais: ela é desastrada, confusa de modo engraçado e faz certas coisas sem pensar duas vezes. Até me identifiquei com sua mania de colocar-se em segundo lugar e querer agradar a todos, abrindo mão de seus interesses algumas vezes. Achei interessante como ela aprendeu coisas novas ao longo da história e acabou amadurecendo.
Uma coisa que me incomodou um pouco foi o excesso de formalidade durante as conversas de seus sogros. Os mesmos são tão inteligentes que conversam entre si como numa reunião de negócios, apesar de que isso é engraçado na maioria dos momentos por Poppy ficar completamente perdida. Outra coisa me deixou com a sensação de que algo estava faltando: o fato de que a autora não desenvolveu tanto os acontecimentos finais. Quero dizer, algumas coisas que desejei bastante que acontecessem ficaram pro final e não apareceram tanto. Mesmo assim, adorei como tudo foi resolvido e como os personagens amadureceram.
O formato em que Sophie escreveu é agradável, fácil de ler. O livro é narrado por Poppy Wyatt e isso me colocou no lugar da personagem, me divertindo e revoltando junto com ela de acordo com os acontecimentos. O livro é repleto de notas de rodapé que me fizeram rir e mensagens de texto trocadas entre personagens.
As folhas são brancas e isso, como de costume, incomoda um
pouco os meus olhos, mas fiquei tão entretida que li por horas seguidas e
esqueci o fato. Lembro de ter visto uma edição um pouco mais grossa nas
livrarias antigamente que, aliás, costumava ter alguns exemplares cujo título
estava meio cortado, depois percebi que foram substituídas – se não me engano –
por uma mais fina como essa que tenho.
*spoiler seria uma palavra em inglês usada para caracterizar a revelação de um fato importante e surpreendente do enredo de livros, filmes e afins.
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