livros,
Resenha: Mentirosos
“Bem-vindo à bela família Sinclair.
Ninguém é criminoso.
Ninguém é viciado.
Ninguém é um fracasso.”
Esse
foi um livro que eu comprei por estar sendo MUITO bem falado. Todas as resenhas
que vi/li o caracterizaram como surpreendente e inteligente, o que me fez ficar
curiosa ao extremo. Comprei o livro cheeeia de expectativa e garanto que não me
decepcionei. Engoli a história em poucas horas – comecei numa noite e terminei
na manhã do dia seguinte -, porque é uma obra, definitivamente, incrível e
difícil de largar. Aviso logo que serei breve na resenha, esse é o tipo de
livro cuja experiência é melhor quando se sabe pouco sobre, um spoiler pode estragar tudo.
A
Família Sinclair tem os privilégios de uma vida recheada de conforto, glamour e tudo o que o dinheiro pode oferecer.
Sua vida é perfeita... Pelo menos aparentemente. Dono de lemas como “não aceite
não como resposta” e “nunca sente nos
fundos da sala. Vencedores sentam na frente”, o patriarca da família – avô da
personagem principal – decide construir três novas casas em sua ilha, uma para
cada filha. E é esse local que Candace Sinclair frequenta todos os verões com
seus primos Mirren, Johnny e seu amigo Gat.
Pelo
dinheiro que esbanjam, os Sinclair se veem obrigados a fingir uma vida
invejável e completamente feliz, as irmãs brigam constantemente por conta da
herança do pai e parecem não se importar com o real significado de família. Candace,
Mirren, Johnny e Gat – denominados “Mentirosos” – não se sentem muito bem com
toda essa obsessão por coisas materiais, diferente dos mais velhos.
A
Candace a quem somos apresentados já está com 17 anos, mas cheia de dúvidas e
sequelas causadas por um dos períodos em que passou na ilha: o verão dos quinze. A garota tem constantes
dores de cabeça muito fortes e sofre de depressão, além de ter perdido parte da
memória. Pois é, esse é o problema: ela não consegue se lembrar do que
aconteceu e ninguém na família está disposto a lhe contar. Ao voltar à ilha,
dois anos depois do acidente, tudo começa a ficar claro.
Acreditem
ou não, mas eu me arrepio só de reler alguns trechos do livro pra escrever essa
resenha. É aquele tipo de história que parece ter nada, nadinha, a oferecer,
mas é escrita e selada de forma tão incrível que te deixa boquiaberto. Como
puderam ver, o enredo é bem mais-do-mesmo, mas garanto que tem muito conteúdo.
Além de tratar de assuntos mais sérios do que os livros para jovens costumam
fazer, a escrita de E. Lockhart é bem poética, tão metafórica que faz você se
questionar: “isso realmente aconteceu ou é uma metáfora?”, mas relaxa que,
algumas frases depois, tudo fica claro.
O
mistério é tão intrigante que eu não consegui largar o livro até tudo estar
explicado e, quando descobri, tive que respirar fundo pra tentar absorver e só conseguia
pensar: “por que eu não tive essa ideia antes?”. Durante o livro, nos são dadas
algumas pistas, mas eu só consegui perceber que eram pistas depois de saber
sobre o acidente. Foi maravilhoso parar pra refletir e perceber tudo se
encaixando. Vamos descobrindo cada coisa junto com a personagem, o que me fez
ficar muito envolvida com tudo aquilo.
Não
vou falar muito sobre isso, mas o livro tem um pouco de romance, e é bem bonito,
por sinal. Não me apeguei exatamente aos personagens, porém, a amizade dos
Mentirosos é tão sincera que consegui sentir o amor que um tem pelo outro. Os
diálogos são muito bem estruturados, me fizeram refletir bastante sobre
assuntos diferentes e nenhum deles pareceu desnecessário, a autora foi
objetiva.
Quanto à edição da Editora Seguinte: eu gostei bastante da capa, achei que chama a atenção e dá um certo ar de mistério mesmo. O chato é que, por ser meio "metalizada", fica com marcas de dedo e mancha com facilidade. As páginas são, felizmente, amareladas e gostei das fontes e da diagramação, encontramos também um mapa da ilha, o que é bem legal. Não sei se isso tem algo a ver com o jeito com que o livro foi empilhado na livraria, mas a capa do meu não fecha. A orelha do livro insiste em "levantar" sempre que tento fechar, isso me irrita demais.
Eu pensei em separar uma parte da resenha com spoilers - pra quem não sabe: expressão em inglês que significa algo como "contar o desfecho e segredos da história" - pra poder compartilhar com vocês algumas dúvidas que ficaram e a minha reação, mas decidi que seria melhor não. Prefiro evitar que leiam algo sem querer, né? Se você já leu e quer falar sobre isso, escreve um comentário e alerte se tiver spoiler!
Eu
recomendo essa história DEMAIS. Sério, não deixem de ler, duvido que vão se
decepcionar. E uma dica: não procurem muita coisa sobre o livro, é melhor ler
sabendo quase nada. Não consigo parar de pensar na obra e já vi que vai ficar
marcada. Foi, com certeza, um dos melhores do ano.
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