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Resenha: Mentirosos

21:45 Isabela Libório 0



“Bem-vindo à bela família Sinclair.
Ninguém é criminoso.
Ninguém é viciado.
Ninguém é um fracasso.”


  Esse foi um livro que eu comprei por estar sendo MUITO bem falado. Todas as resenhas que vi/li o caracterizaram como surpreendente e inteligente, o que me fez ficar curiosa ao extremo. Comprei o livro cheeeia de expectativa e garanto que não me decepcionei. Engoli a história em poucas horas – comecei numa noite e terminei na manhã do dia seguinte -, porque é uma obra, definitivamente, incrível e difícil de largar. Aviso logo que serei breve na resenha, esse é o tipo de livro cuja experiência é melhor quando se sabe pouco sobre, um spoiler pode estragar tudo.
  A Família Sinclair tem os privilégios de uma vida recheada de conforto, glamour e tudo o que o dinheiro pode oferecer. Sua vida é perfeita... Pelo menos aparentemente. Dono de lemas como “não aceite não como resposta” e “nunca sente nos fundos da sala. Vencedores sentam na frente”, o patriarca da família – avô da personagem principal – decide construir três novas casas em sua ilha, uma para cada filha. E é esse local que Candace Sinclair frequenta todos os verões com seus primos Mirren, Johnny e seu amigo Gat.

  Pelo dinheiro que esbanjam, os Sinclair se veem obrigados a fingir uma vida invejável e completamente feliz, as irmãs brigam constantemente por conta da herança do pai e parecem não se importar com o real significado de família. Candace, Mirren, Johnny e Gat – denominados “Mentirosos” – não se sentem muito bem com toda essa obsessão por coisas materiais, diferente dos mais velhos.


  A Candace a quem somos apresentados já está com 17 anos, mas cheia de dúvidas e sequelas causadas por um dos períodos em que passou na ilha: o verão dos quinze. A garota tem constantes dores de cabeça muito fortes e sofre de depressão, além de ter perdido parte da memória. Pois é, esse é o problema: ela não consegue se lembrar do que aconteceu e ninguém na família está disposto a lhe contar. Ao voltar à ilha, dois anos depois do acidente, tudo começa a ficar claro.

  Acreditem ou não, mas eu me arrepio só de reler alguns trechos do livro pra escrever essa resenha. É aquele tipo de história que parece ter nada, nadinha, a oferecer, mas é escrita e selada de forma tão incrível que te deixa boquiaberto. Como puderam ver, o enredo é bem mais-do-mesmo, mas garanto que tem muito conteúdo. Além de tratar de assuntos mais sérios do que os livros para jovens costumam fazer, a escrita de E. Lockhart é bem poética, tão metafórica que faz você se questionar: “isso realmente aconteceu ou é uma metáfora?”, mas relaxa que, algumas frases depois, tudo fica claro.

  O mistério é tão intrigante que eu não consegui largar o livro até tudo estar explicado e, quando descobri, tive que respirar fundo pra tentar absorver e só conseguia pensar: “por que eu não tive essa ideia antes?”. Durante o livro, nos são dadas algumas pistas, mas eu só consegui perceber que eram pistas depois de saber sobre o acidente. Foi maravilhoso parar pra refletir e perceber tudo se encaixando. Vamos descobrindo cada coisa junto com a personagem, o que me fez ficar muito envolvida com tudo aquilo.

  Não vou falar muito sobre isso, mas o livro tem um pouco de romance, e é bem bonito, por sinal. Não me apeguei exatamente aos personagens, porém, a amizade dos Mentirosos é tão sincera que consegui sentir o amor que um tem pelo outro. Os diálogos são muito bem estruturados, me fizeram refletir bastante sobre assuntos diferentes e nenhum deles pareceu desnecessário, a autora foi objetiva.

  Quanto à edição da Editora Seguinte: eu gostei bastante da capa, achei que chama a atenção e dá um certo ar de mistério mesmo. O chato é que, por ser meio "metalizada", fica com marcas de dedo e mancha com facilidade. As páginas são, felizmente, amareladas e gostei das fontes e da diagramação, encontramos também um mapa da ilha, o que é bem legal. Não sei se isso tem algo a ver com o jeito com que o livro foi empilhado na livraria, mas a capa do meu não fecha. A orelha do livro insiste em "levantar" sempre que tento fechar, isso me irrita demais. 




  Eu pensei em separar uma parte da resenha com spoilers - pra quem não sabe: expressão em inglês que significa algo como "contar o desfecho e segredos da história" - pra poder compartilhar com vocês algumas dúvidas que ficaram e a minha reação, mas decidi que seria melhor não. Prefiro evitar que leiam algo sem querer, né? Se você já leu e quer falar sobre isso, escreve um comentário e alerte se tiver spoiler!

Eu recomendo essa história DEMAIS. Sério, não deixem de ler, duvido que vão se decepcionar. E uma dica: não procurem muita coisa sobre o livro, é melhor ler sabendo quase nada. Não consigo parar de pensar na obra e já vi que vai ficar marcada. Foi, com certeza, um dos melhores do ano.

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