livros,
“- Eu...estou...perdida.- O que mais eu podia dizer? Escuta
só, cara, eu acordei hoje manhã no ano de 2010 e, depois que tropecei numa
pedra e eu celular criou uma espécie de supernova, eu vim parar, sabe Deus
como, no século dezenove. Que doideira! – Eu vim de... outro lugar. Não sei bem
como aconteceu, mas quando dei por mim já estava aqui. E não sei como voltar.”
Resenha: Perdida
Perdida
sempre foi um livro que me despertou certa curiosidade por conta da capa – All Stars vermelhos (iguais aos meus, hehe)
e vestido de festa? – e por ser nacional. Não posso dizer que o livro me
conquistou logo de cara, mas acabei sendo conquistada por alguns dos personagens
ao longo das páginas. Comecei sem ter a menor ideia do que se tratava, mas não
me arrependi de ter lido.
Sofia
é uma garota habituada a tantas tecnologias, diz não viver sem seu celular e
computador e é daquele tipo de pessoa que não acredita no amor, acha que essas
coisas só acontecem nos livros, o que a faz preferir viver romances somente na
ficção. Ela tem um emprego mais ou menos, com um salário mais ou menos e um
chefe insuportável, mas está acomodada demais pra mudar alguma coisa.
É
quando seu celular cai na privada do banheiro de um bar que as coisas mudam
completamente. Ao adquirir um aparelho novo, Sofia é informada pela vendedora
que o objeto era exatamente tudo o que ela estava precisando, mas a garota não
esperava que aquela frase tivesse um significado muito mais amplo e não se
tratava, somente, de altas tecnologias.
Voltando
para casa e intrigada com seu novo celular, Sofia é surpreendida por uma luz
muito forte que sai do aparelho, acaba tropeçando e não consegue enxergar coisa
alguma tamanha é a claridade. Quando tudo volta a ficar em foco, a paisagem à
sua volta parece meio... diferente. Bem, não é de se estranhar, já que, agora,
ela se encontrava no século 19.
Ironicamente,
um homem num cavalo – Ian Clarke - acaba dando de cara com ela e
fica chocado com o estado em que a garota se encontrava, oferecendo ajuda e
dizendo que a levaria até sua casa para que tomassem algumas providências.
Sofia acha estranha a atitude – e as roupas – tão nobre de Ian, mas acaba
aceitando. Com bastante esforço, ela compreende que foi parar em uma época bem
diferente da sua e desespera-se para voltar para casa. O que ela não sabia é
que a experiência naquele lugar poderia ser muito melhor do que pensava e
despertaria, nela, novíssimos sentimentos. Mas ainda havia um problema: a
garota não fazia ideia de como ou quando voltaria para casa.
Esse
foi um daqueles livros que só conseguiu me prender do meio pro fim da história
e não me causou uma boa impressão logo no início. Acho que a culpada disso foi
a personagem principal e narradora – Sofia -, que me irritou por conta do seu
ceticismo em relação ao amor e sua falta de maturidade, mas algo muito interessante
é ver como ela muda de opinião durante a história e acaba amadurecendo.
“- Ai,
Sofia! Às vezes, você fala como se casamento fosse uma sentença de morte.
E não
era?
Viver
em função de uma única pessoa, como se sua vida só tivesse sentido com ela por
perto? Acordar e olhar para a mesma pessoa todo santo dia! Sexo com somente uma
pessoa pelo resto da vida! Ter que cuidar da casa, do marido, dos filhos, do
cachorro, além de trabalhar... Não era um tipo de sentença de escravidão, pelo
menos?
Eu não entendia o que levava uma pessoa lúcida a se
casar. Se bem que a maioria não parecia gozar de plena sanidade quando estava
apaixonada.”
Eu
AMO histórias relacionadas a viagens no tempo – tanto que ando doida por Doctor
Who, né? – e, apesar de ter achado meio bobo o modo com que ela foi parar em
outro século, achei muito legal como Sofia teve que lidar com as enormes
diferenças de costumes e vestimentas do século 19 – que, aliás, é uma época que
eu acho incrível como cenário de histórias – e controlar suas tantas gírias que
deixava todo mundo com uma cara de interrogação.
Os
personagens me conquistaram bastante, acho que foi o que eu mais gostei no livro.
Ian Clarke é extremamente simpático, assim como sua irmã Elisa e alguns
empregados da sua mansão, gostei demais deles todos e senti falta quando o
livro acabou. O romance é muito bonito, intenso e – muito felizmente – nada forçado,
eu consegui acreditar no que um sentia pelo outro e torci demais pelo casal,
principalmente pelo fato de que Sofia tentava não se envolver demais, já que
aquele não era o século em que ela vivia e poderia acabar voltando pra casa a
qualquer momento.
Fiquei
sem conseguir desgrudar do livro a partir de certo momento e não larguei até
terminar, fiquei muito ansiosa pra que tudo desse certo e meu coração ficou
apertado várias vezes, o que me surpreendeu, já que eu esperava não me ligar
muito à obra.
Me
arrependi por ter comprado a edição econômica – fiz isso achando que seria na
edição normal, na verdade -, porque, obviamente, o livro não tem orelhas, a
capa é super mole e fácil de amassar. As páginas são brancas, o que também foi
uma desvantagem a mais pra mim, já que cansa os olhos facilmente.
Perdida
foi uma leitura gostosa, difícil no começo, mas que fluiu bem quando peguei o
ritmo. Não é meu tipo de história favorito, mas achei que a escrita da autora,
a escolha de cenário – século 19 – e os personagens ajudaram demais. E, claro,
tô ansiosa pra ler a continuação. Aliás, ouvi dizer que vai ter filme, hein!
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