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Resenha: Perdida

21:40 Isabela Libório 0


“- Eu...estou...perdida.- O que mais eu podia dizer? Escuta só, cara, eu acordei hoje manhã no ano de 2010 e, depois que tropecei numa pedra e eu celular criou uma espécie de supernova, eu vim parar, sabe Deus como, no século dezenove. Que doideira! – Eu vim de... outro lugar. Não sei bem como aconteceu, mas quando dei por mim já estava aqui. E não sei como voltar.”


  Perdida sempre foi um livro que me despertou certa curiosidade por conta da capa – All Stars vermelhos (iguais aos meus, hehe) e vestido de festa? – e por ser nacional. Não posso dizer que o livro me conquistou logo de cara, mas acabei sendo conquistada por alguns dos personagens ao longo das páginas. Comecei sem ter a menor ideia do que se tratava, mas não me arrependi de ter lido.
 Sofia é uma garota habituada a tantas tecnologias, diz não viver sem seu celular e computador e é daquele tipo de pessoa que não acredita no amor, acha que essas coisas só acontecem nos livros, o que a faz preferir viver romances somente na ficção. Ela tem um emprego mais ou menos, com um salário mais ou menos e um chefe insuportável, mas está acomodada demais pra mudar alguma coisa.


 É quando seu celular cai na privada do banheiro de um bar que as coisas mudam completamente. Ao adquirir um aparelho novo, Sofia é informada pela vendedora que o objeto era exatamente tudo o que ela estava precisando, mas a garota não esperava que aquela frase tivesse um significado muito mais amplo e não se tratava, somente, de altas tecnologias.

 Voltando para casa e intrigada com seu novo celular, Sofia é surpreendida por uma luz muito forte que sai do aparelho, acaba tropeçando e não consegue enxergar coisa alguma tamanha é a claridade. Quando tudo volta a ficar em foco, a paisagem à sua volta parece meio... diferente. Bem, não é de se estranhar, já que, agora, ela se encontrava no século 19.

 Ironicamente, um homem num cavalo – Ian Clarke - acaba dando de cara com ela e fica chocado com o estado em que a garota se encontrava, oferecendo ajuda e dizendo que a levaria até sua casa para que tomassem algumas providências. Sofia acha estranha a atitude – e as roupas – tão nobre de Ian, mas acaba aceitando. Com bastante esforço, ela compreende que foi parar em uma época bem diferente da sua e desespera-se para voltar para casa. O que ela não sabia é que a experiência naquele lugar poderia ser muito melhor do que pensava e despertaria, nela, novíssimos sentimentos. Mas ainda havia um problema: a garota não fazia ideia de como ou quando voltaria para casa.
  Esse foi um daqueles livros que só conseguiu me prender do meio pro fim da história e não me causou uma boa impressão logo no início. Acho que a culpada disso foi a personagem principal e narradora – Sofia -, que me irritou por conta do seu ceticismo em relação ao amor e sua falta de maturidade, mas algo muito interessante é ver como ela muda de opinião durante a história e acaba amadurecendo.

“- Ai, Sofia! Às vezes, você fala como se casamento fosse uma sentença de morte.

E não era?

Viver em função de uma única pessoa, como se sua vida só tivesse sentido com ela por perto? Acordar e olhar para a mesma pessoa todo santo dia! Sexo com somente uma pessoa pelo resto da vida! Ter que cuidar da casa, do marido, dos filhos, do cachorro, além de trabalhar... Não era um tipo de sentença de escravidão, pelo menos?

Eu não entendia o que levava uma pessoa lúcida a se casar. Se bem que a maioria não parecia gozar de plena sanidade quando estava apaixonada.”

 Eu AMO histórias relacionadas a viagens no tempo – tanto que ando doida por Doctor Who, né? – e, apesar de ter achado meio bobo o modo com que ela foi parar em outro século, achei muito legal como Sofia teve que lidar com as enormes diferenças de costumes e vestimentas do século 19 – que, aliás, é uma época que eu acho incrível como cenário de histórias – e controlar suas tantas gírias que deixava todo mundo com uma cara de interrogação.


 Os personagens me conquistaram bastante, acho que foi o que eu mais gostei no livro. Ian Clarke é extremamente simpático, assim como sua irmã Elisa e alguns empregados da sua mansão, gostei demais deles todos e senti falta quando o livro acabou. O romance é muito bonito, intenso e – muito felizmente – nada forçado, eu consegui acreditar no que um sentia pelo outro e torci demais pelo casal, principalmente pelo fato de que Sofia tentava não se envolver demais, já que aquele não era o século em que ela vivia e poderia acabar voltando pra casa a qualquer momento.

 Fiquei sem conseguir desgrudar do livro a partir de certo momento e não larguei até terminar, fiquei muito ansiosa pra que tudo desse certo e meu coração ficou apertado várias vezes, o que me surpreendeu, já que eu esperava não me ligar muito à obra.

 Me arrependi por ter comprado a edição econômica – fiz isso achando que seria na edição normal, na verdade -, porque, obviamente, o livro não tem orelhas, a capa é super mole e fácil de amassar. As páginas são brancas, o que também foi uma desvantagem a mais pra mim, já que cansa os olhos facilmente.

Perdida foi uma leitura gostosa, difícil no começo, mas que fluiu bem quando peguei o ritmo. Não é meu tipo de história favorito, mas achei que a escrita da autora, a escolha de cenário – século 19 – e os personagens ajudaram demais. E, claro, tô ansiosa pra ler a continuação. Aliás, ouvi dizer que vai ter filme, hein!

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