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Resenha: O Príncipe da Névoa

21:28 Isabela Libório 0


 Zafón já me conquistou quando li, pela primeira vez, sua obra Marina (leia a resenha aqui) e já conseguiu fazê-lo de novo com seu primeiro romance: O Príncipe da Névoa. Seu talento pra escrita, enredos cheios de reviravoltas e pitadas de terror têm tudo pra conquistar qualquer faixa etária.
 Com objetivos de fugir de toda a confusão da Segunda Guerra Mundial, Maximilian Carver resolve que o mesmo e sua família deixariam a casa em que moraram por dez anos e mudariam para a costa, num vilarejo longe da cidade. Max, seu filho, não consegue absorver a ideia e logo se imaginou sem seus amigos e quadrinhos prediletos.

“Naquele dia, sem saber, enquanto contemplava a família andando para cima e para baixo com as malas e apertava nas mãos o relógio dado por seu pai, Max deixou para sempre de ser um menino.”

 A casa para a qual a família acabara de se mudar era, antes, a residência de verão do Dr. Richard Fleischmann e sua esposa Eva. O casal era extremamente feliz, até o dia em que uma tragédia mudou sua vida. A história acaba impressionando Max e não sai mais da sua cabeça, é aí que ele começa a descobrir: o lugar é recheado de muitos mistérios. O garoto se depara com um jardim abandonado enfeitado por estátuas bizarras, sua irmã mais velha – Alicia – conta sobre alguns sonhos intrigantes que vem tendo e sua irmã caçula – Irina – aparece com um gato um tanto quanto estranho.

 Durante um passeio de bicicleta pra conhecer o vilarejo, Max faz amizade com Roland, um garoto um pouco mais velho que vive com seu avô, único sobrevivente de um misterioso naufrágio e responsável pela construção e proteção do farol no alto dos penhascos. Os dois garotos e Alicia se juntam para investigar tal acontecimento e acabam percebendo que há muita coisa a se descobrir e entender naquele lugar.


“(...) A luz dourada do fogo se refletia nos rostos úmidos e brilhantes de Alicia e Roland. Max observou os dois detidamente e resolveu falar.
- Não sei como explicar, mas acho que está acontecendo alguma coisa – começou. – Não sei o que é, mas é coincidência demais. As estátuas, esse símbolo, o barco...”

 A escrita do Zafón é incrível e eu sempre me impressiono com isso, é difícil parar de ler e não mergulhar na história de cabeça. Além disso, o livro é bem curto, então dá pra terminar rapidinho sem desculpas.

 Adorei o modo como tudo se desenrolou e fiquei muito ligada em toda a história do naufrágio, do casal e todo o mistério. Achei o enredo bom demais e a reviravolta me deixou boquiaberta, novamente. Zafón tem o talento de colocar a pitada certa de terror nas páginas e de conseguir fazer você sentir arrepios com algumas descrições, nada muito forte ou que te faça parar a leitura, é tudo no ponto certo – até porque eu não curto muito terror e adorei -. Não citei acima, mas o livro tem um vilão, sim, e isso deu um toque ainda mais especial a O Príncipe da Névoa, faz você querer entrar no livro e ajudar os personagens – se bem que eu não sei se escaparia, hehe -.

 Gostei de como a capa se relaciona com a história e o livro é bem compacto, fácil de carregar. As páginas são amareladas – uhu! – e a fonte e diagramação são ótimas, não tenho do que reclamar.

Recomendo demais a leitura pra qualquer idade, é uma história que, assim como a de Marina, fica na sua cabeça por um bom tempo! Vale a pena conhecer esse autor espanhol incrível cujas obras, aliás, pretendo ler por completo.

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