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“O fato é que eu poderia contar qualquer história de amor, mas se hoje minha memória anda as voltas com esta, de Caio e Maria Augusta, culpo quem abriu um certo baú florido onde estavam guardados cartões, bilhetes, retratos e cartas.”
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Resenha: Queria Ver Você Feliz
“O fato é que eu poderia contar qualquer história de amor, mas se hoje minha memória anda as voltas com esta, de Caio e Maria Augusta, culpo quem abriu um certo baú florido onde estavam guardados cartões, bilhetes, retratos e cartas.”
Esse livro já estava, há algum tempo, na minha lista de desejados, mas não lembrava uma coisinha sequer da história semana passada, quando comprei. Aproveito e dou uma dica pra vocês: sempre que estiverem no shopping, passem nas Lojas Americanas e deem uma olhada na parte de livros, sempre tem um livro muito bom por um preço ainda melhor. Esse aqui, cuja edição é lindíssima – e não é econômica -, eu comprei por 9,99! Assim como O Presente do Meu Grande Amor, que consegui pelo mesmo preço.
Voltando ao assunto: não sabia o que esperar, já que não lembrava o que havia lido sobre ele. Mas o livro me surpreendeu muito, é lindíssimo, perfeitamente bem escrito e dá pra ver que foi feito com muito amor.
A história
O ano é lá pro fim de 1940, no Rio de Janeiro. Caio ainda era um garoto, assim como Maria Augusta e um não tinha consciência da feliz existência do outro, até o dia em que seus olhares se cruzaram e tudo ficou diferente.
Essa pode parecer a história mais clichê do mundo, mas é aí que você se engana. Quem narra toda essa trajetória de Caio e Maria Augusta é aquele que já fez você, eu, todo mundo sofrer ou, então, ficar mais feliz do que nunca: o amor.
“Não tenho sexo. Não tenho corpo. Não sou mortal nem imortal, visto que morro mas renasço, e volto a morrer e renascer até o infinito. Sou um teimoso. Há quem tente me prender, há quem tente me entender, há quem tente me explicar, nada disso é muito fácil.
Arrisco afirmar que você me conhece bem.”
Através de cartas e bilhetes trocados entre o casal intermediados por momentos de narração, acompanhamos a história dos dois desde jovens e vemos o sentimento crescer cada vez mais.
Como qualquer pessoa, ambos passam por momentos difíceis, tanto de luto quanto de conflitos e isso faz a gente se apegar ainda mais, principalmente por ser uma história real. Sim! Adriana Falcão – a autora – é uma das filhas de Caio e Maria Augusta e resolveu escrever essa história sobre a vida de seus pais, utilizando como base essas cartas e bilhetes e narrando tudo de modo encantador, poético. É emocionante descobrir que esse livro foi uma "simples" homenagem de uma filha.
Minha opinião
Logo que comecei a leitura, fiquei apaixonada pela escrita de Adriana Falcão. Me fez engolir o livro, é muito difícil parar, principalmente pelo humor do narrador e pelo interessante fato do mesmo ser o próprio Amor.
“Eu? Doentio? Doentia é a raça humana.
Não quero ofender ninguém, mas também não me ofendam. Sou sentimento sublime. Posso ser largo, livre, alegre. Não exerço domínio absoluto sobre quem ama. E tem mais: nem todo coração tem a honra de me receber, não bato em qualquer porta, sou seletivo.
Uma dica para quem tiver a sorte de me encontrar: me tome como uma flor. Então, aproveite.”
É emocionante ler essa história, tanto porque é lindo acompanhar a trajetória de um casal quanto porque você passa a torcer por eles e sofre junto nos momentos difíceis – e quantos momentos difíceis! -, é difícil não se abalar.
A leitura fica ainda mais fluida e rápida por conta de todos os bilhetes, cartas e fotos que ele contém. Tudo isso torna a leitura ainda mais realista e divertida, é muito curioso. E o que dizer dessa capa e do título? Resumem muito bem o que você vai encontrar entre as páginas, esse livro é lindo em todos os sentidos.
Outra coisa interessante é quando acompanhamos o nascimento das filhas de Adriana Falcão – isso não é spoiler, né? Haha – e ela cita a mais nova: Clarice. Foi aí que eu me toquei... Clarice Falcão é filha de Adriana Falcão? E sim, é, o que deixa tudo ainda mais legal. Até porque a moça fez um vídeo cantando uma música linda que era a trilha sonora de Caio e Maria Augusta, seus avós:
Queria
Ver Você é Feliz é lindíssimo, leve – apesar dos momentos de drama – e inspirador.
A edição é incrível, faz jus ao conteúdo e eu recomendo pra todos vocês, acho
difícil não se encantar.
“Uma das coisas que
mais me atraem nas pessoas é essa mania de superestimar os próprios
sentimentos. E complicar. E se perder no meio de suposições opostas. Mesmo as
pessoas que têm por filosofia não se levar tão a sério muitas vezes caem nessa
armadilha.”
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